Casal construiu a sua casa em 50 m2: com muito amor e pouco dinheiro

홍제동 개미마을 주택 프로젝트, OBBA OBBA Casas modernas: Ideas, diseños y decoración
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Os clientes estavam prestes a casar-se. Pediram, então, ao atelier coreano OBBA uma casa cujo projecto se baseasse naquilo que julgavam importante para o começo de uma vida a dois, satisfazendo, primeiro, os essenciais. No fundo, aspiravam a uma vida modesta, mas com o suficiente para lhes proporcionar conforto. Surgiu, então, este projecto que se propôs a encontrar uma solução realista para os recém-casados que não incluísse, porém, um apartamento.

A casa em questão localiza-se na entrada de Gaemimaeul, uma das poucas colónias restantes de recolectores de lixo em Seul, Seodaemoon-ku, Hongjaedong. As paredes desta antiga favela estão decoradas com pinturas, feitas na tentativa de embelezar esta área com uma atmosfera misteriosa. Duas estradas adjacentes – uma de oito metros de largura a Nordeste e outra com três metros de largura a Noroeste – encontram-se formando um ângulo. A Sudoeste e a Sudeste existem apenas estreitas vielas reservadas aos peões. O local da casa é acentuadamente inclinado com uma diferença de nível de quatro metros.

Houve três preocupações fulcrais. A primeira era a de encontrar uma forma de construir num terreno em mau estado respeitando o orçamento limitado; a segunda era a de integrar a casa na paisagem com pinturas coloridas e, por fim, pretendia-se a construção de uma moradia que, embora tivesse limitações espaciais, não fosse claustrofóbica para os moradores.

Importava, assim, preservar e utilizar as condições do local ao máximo para se conseguir um processo de construção eficaz. A casa tem dois andares e integra tudo aquilo que o cliente pediu. A área útil não chega aos 50m². Curioso?

Adaptar a casa ao contexto

A cultura habitacional coreana tem sido esmagada pelo desenvolvimento em grande escala numa lógica capitalista o que resultou num apagar das características arquitectónicas típicas. No entanto, esta unidade habitacional consegue mesclar o passado e o presente. A utilização do contraste entre o preto e o branco vai ao encontro das cores das casas que a ladeiam pelo que não destoa na paisagem. A casa desenvolve-se, no entanto, em altura, devido ao pequeno espaço disponível para a sua construção. O desenho é caricato e jovial. Em boa verdade, parece que está uma casa encaixada noutra como se de um jogo de Tetris se tratasse.

O projecto

Como o local é cercado por estradas inclinadas para Norte, a entrada foi inserida entre o primeiro e o segundo andar. Tendo em conta que o casal passa a maior parte do tempo entre a sala de estar e a cozinha, elas foram projectadas de forma a ser possível usufruir da entrada de luz natural e da paisagem. Alguns dos quartos privados e casa-de-banho são no piso térreo. A casa é pequena, mas todos os seus recantos são utilizados de forma eficiente. O sótão integra um escritório ou um quarto de projecção de filmes e as escadas que até eles nos conduzem foram aproveitadas para a inserção de prateleiras. Há uma diferença de nível entre a sala e a cozinha para que a mesa de preparação de alimentos se estenda enquanto mesa de refeições na sala de estar.

Dois em um

A zona da cozinha é, porventura, aquela que denota uma das soluções arquitectónicas mais interessantes. A cozinha é pequena pelo que o balcão tem um tampo largo que, de um lado, serve para preparar alimentos e, do outro, serve enquanto zona de refeições. Repare que os proprietários não se sentam em bancos para delas usufruírem, mas sim no chão, o que pode parecer surpreendente aos olhos dos ocidentais, mas que é, na verdade, usual em países asiáticos. Este nivelamento é também ideal para demarcar divisões com propósitos distintos, mantendo-as, no entanto, abertas e fluidas. Na parte onde a proprietária se sente, poder-se-ia compor uma sala de estar ou de jantar mais convencional. Queremos com isto dizer que é uma ideia a anotar se mora numa casa ou apartamento pequeno. Pense verticalmente e esqueça a existência de muitas paredes!

O gato também conta

Como já viu no plano que lhe mostrámos acima, os quartos e as casas-de-banho estão localizados no primeiro piso. Ao segundo andar, acede-se por via de uma escadaria em madeira com uma textura rica que contrasta, em cor e em dimensões, com as escadas em branco que vemos do lado esquerdo feitas a pensar… no gato. Sim, é isso mesmo. Não nos enganamos. Os nossos amigos de quatro patas também têm direito aos seus luxos arquitectónicos. As linhas simples, os materiais e a paleta cromática são o epítome da arquitectura moderna em que “menos é mais”, como tantas vezes por aqui repetimos.

Nichos enquanto espaços de arrumação

Assegurar zonas de armazenamento numa casa pequena é importante. Inspire-se nesta imagem e veja como este nicho foi aproveitado para a inserção de uma prateleira alta, ideal para arrumar mercearias, ferramentas, apetrechos do gato e outros objectos pessoais. Já sabe: todos os centímetros contam.

A vida no sótão

Chegamos ao sótão. Aquilo que se destaca de imediato é a ampla janela que não só permite a entrada generosa de luz natural, como também que se tire partido da paisagem verde que rodeia a casa. Curiosamente, estas são duas características atípicas se tivermos em conta a divisão. Depois desta janela, existe um terraço, ideal para um bom momento de lazer ao ar livre. A água-furtada, à semelhança do resto da casa, foi revestida com soalho de madeira corrido e paredes em branco que reflectem a luz, ampliando e arejando o espaço.

As pequenas coisas

Esta imagem transmite-nos o espírito de quem a habita: um casal jovem e recém-casado que quer aproveitar o que de melhor tem a vida nos seus momentos singelos. Para isso, os detalhes importam. O espaço era pequeno, mas a casa satisfaz tudo aquilo que os proprietários pretendiam. Não faltou o design, não faltou o engenho, não faltou um terraço para convívios com amigos e família e não faltou, imagine-se, um baloiço. Assim é a beleza. Encontramo-la nos detalhes. 

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