Antes e depois: após reforma, edifício vira palacete

Nicole Nunes – homify Nicole Nunes – homify
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Dentre os desafios enfrentados pelos profissionais da arquitetura, um dos mais interessantes é a reabilitação de edifícios antigos em função de sua degradação e readequação ao contexto atual. Na Europa, onde há muitas construções antigas, essa é uma realidade frequentemente encontrada no mundo arquitetônico, regido por muitas leis de preservação do patrimônio histórico. Hoje no homify mostramos o projeto de restauração de um edifício clássico em Portugal, no qual elementos contemporâneos foram implementados. Alexandre Marques Pereira, arquiteto nascido e graduado em Lisboa e especializado em arquitetura histórica, é o nome por trás dessa obra. O profissional demonstra nessa reabilitação seu entendimento e capacidade de intervir em edifícios existentes enquanto os adapta às necessidades contemporâneas. O resultado é um edifício antigo com cara de novo, graças a intervenções sutis que mesclam momentos distintos da arquitetura. A estrutura renovada agora abriga a Agência Europeia de Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. Confira a seguir!

Antes: pátio interno destruído

Construído no início do século XX, o Palacete do Relógio está localizado no Cais de Sondré em Lisboa, a margem do famoso rio Tejo, e costumava ser a sede de administração do porto da cidade. Infelizmente, assim como acontece com diversos edifícios públicos ao longo dos anos, suas funções foram transferidas a uma nova localidade inutilizando o edifício por muitos ano. Em meados de 2007 decidiu-se por sua reabilitação.

Internamente, o edifício já contava com um pátio central de pé-direito duplo por onde se distribuíam suas funções. Entretanto, sua reabilitação prolongou ainda mais essa altura, criando assim um vazio central com pé direito triplo e possibilitando a inserção de um segundo elevador. Ao redor do pátio central, organizam-se as novas funções a serem abrigadas: escritórios, salas de reunião, refeitório e áreas técnicas.

Depois: novos acabamentos

Se no exterior a escolha das cores deu-se de modo mais discreto, no interior os acabamentos contrastam entre si e representam uma reinterpretação contemporânea do estilo histórico do palacete. Assim, o primeiro piso ganha uma composição de xadrez, enquanto os pisos superiores recebem um clássico revestimento em madeira. Para as paredes, opta-se pela composição de um azulejo tradicional até certa altura.

Antes: fachada sem vida

Anteriormente, o casarão encontrava-se em total desconexão com o entorno, sem diálogo algum em relação ao estacionamento que se instaurou ali. Além disso, sua pintura já desgastada, não dava destaque algum ao edifício, que estava a perder completamente sua relevância arquitetônica.

Depois: novo e antigo em harmonia

Suas fachadas foram mantidas como as originais, apenas recebendo o devido tratamento de restauração, já que se encontravam em estado de abandono. Cores sóbrias passaram a compor suas faces externas, mantendo uma inserção delicada na paisagem. A composição remete à tranquilidade do rio que passa em frente ao mesmo tempo em que destaca a porta de entrada.

Praça futurista

Os novos elementos implantados que mais chamam a atenção em relação a situação anterior são a instalação de um elevador externo e o desenho de uma nova praça. Claramente modernos, esses novos componentes quando combinados ao entorno antigo, inserem uma nova realidade e deixam as marcas de uma compreensão atual da arquitetura, enquanto preservam sua história. 

A nova praça conta com um elemento de piso seco em tons claros e um amplo gramado que traz cor ao solo. Seus recortes são retos e elegantes, contrapondo com o desenho das praças clássicas. Graças ao design horizontal, simples e contemporâneo, a implantação do elevador ganha destaque como elemento vertical, solto do ambiente, por onde se pode observar o entorno. O elemento ainda retoma o tão importante elevador de Lisboa.

Sala de reunião confortável

As soluções para as salas de trabalho são totalmente contemporâneas. Enquanto por fora o edifício não deixa dúvidas em relação ao seu período de construção, por dentro já é outra história. Revestimentos sofisticados e modernos são combinados a um mobiliário simples e funcional, conformando assim ambientes de trabalho cômodos e agradáveis. As luminárias instaladas ainda fazem alusão a um determinado período, não deixando esses ambientes fora de contexto, ainda que com uma atmosfera moderna.

Restaurante cheio de estilo

No último piso, com vista privilegiada e direito à varanda, é implantado o restaurante. Com abundante iluminação natural graças a uma clarabóia central e amplos caixilhos distribuídos ao longo de suas extremidades, o ambiente é claro e amplo. Enquanto a sala de reunião conforma um ambiente mais sério, o restaurante conta com mobiliário igualmente moderno, porém mais despojado, reservando assim um espaço descontraído e adequado as interações sociais.

Em suma, a reabilitação do Palacete do Relógio reativa um edifício clássico em Lisboa e deixa marcas de um novo momento da arquitetura, sendo mais um exemplo de perfeita interação entre tecnologias antigas e modernas.

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